segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Sábado ou Sabbath



A questão da observância do sabá[1], historicamente, tem provocado muitos debates e controvérsias que envolvem distintos problemas. O primeiro grande debate acerca do sabá é se, como uma ordenança do Antigo Testamento particularmente enfatizada na aliança mosaica, ele ainda é obrigatório no contexto do cristianismo da nova aliança. Agostinho, por exemplo, acreditava que nove dos Dez Mandamentos (a assim chamada “lei moral” do Antigo Testamento) permaneciam intactos e recaíam como obrigação sobre a igreja cristã. Sua única exceção era o mandamento concernente ao dia do sabá. Uma vez que Paulo falara sobre guardar ou não guardar o sabá como uma questão adiáfora (indiferente), Agostinho estava convencido de que a lei do sabá do Antigo Testamento fora abrogada. Outros têm sustentado que, por não ter sido originalmente instituído na economia mosaica, mas na criação, o sabá mantém seu caráter de lei moral enquanto a criação estiver intacta.
A segunda principal controvérsia é a questão acerca do dia da semana em que o sabá deve ser observado. Alguns insistem que, uma vez que o sabá foi instituído no sétimo dia da semana, quando Deus descansou de sua obra, e uma vez que os israelitas do Antigo Testamento celebravam o sabá no sétimo dia da semana, que é o sábado, nós deveríamos seguir esse padrão. Outros têm insistido que o Novo Testamento mudou o sabá para o primeiro dia da semana, por causa da significância da ressurreição de Jesus naquele dia. Eles também apontam a prática neotestamentária dos cristãos de se reunirem no domingo, o Dia do Senhor, para cultuar. A discussão diz respeito a se o sabá é um mandamento cíclico que exige culto e descanso num dia a cada sete, ou se deve ser observado num dia da semana em particular. João Calvino sustentava que seria legítimo ter um sabá em qualquer dia, se houvesse consenso de todas as igrejas, porque o princípio em vista seria o ajuntamento regular dos santos para adoração corporativa e para a observância do descanso.
Na tradição reformada, a controvérsia mais importante que surgiu durante os séculos é a questão de como o sabá deve ser observado. Há duas posições proeminentes na tradição reformada acerca dessa questão. Para simplificar, referiremo-nos a elas como a visão continental do sabá e a visão puritana do sabá. Ambas as visões reconhecem que o sabá continua em vigor. Ambas as visões concordam que o sabá é um período para adoração corporativa. Ambas concordam que o sabá é um dia de descanso em que os crentes devem se abster de comércios desnecessários. Mas há duas áreas de disputa entre as duas escolas e a mais importante delas é a questão da recreação. Será a recreação uma forma legítima de gozar o descanso, ou será a recreação algo que arruína a santa observância do dia do sabá?
A visão puritana argumenta contra a aceitabilidade da recreação no dia do sabá. O texto mais comumente citado para sustentar essa visão é Isaías 58.13-14, que diz: “Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse”.
O ponto crucial dessa passagem é a repreensão profética às pessoas que cuidavam de seus próprios interesses no dia do sabá. A presunção que muitos estabelecem nesse texto é que cuidar dos próprios interesses se refere à recreação. Se for esse o caso, o profeta Isaías está acrescentando novas dimensões à lei do Antigo Testamento concernente à guarda do sabá. Enquanto o resto do Antigo Testamento virtualmente silencia a respeito da recreação, esse texto em Isaías é citado para indicar uma revelação adicional de Deus acerca da observância do sabá – uma proibição de recreação.
Há um outro modo de entender Isaías 58, contudo, seguindo o pensamento daqueles que mantêm a visão continental do sabá. A distinção em Isaías 58 é entre fazer o que agrada a Deus e fazer o que agrada a nós mesmos em oposição àquilo que agrada a Deus. Presumivelmente, o que está em questão na repreensão do profeta é o julgamento de Deus contra os israelitas por violarem a lei mosaica com respeito ao dia do sabá, particularmente em relação ao envolvimento no comércio. Havia israelitas que desejavam poder comprar e vender sete dias por semana, não apenas seis dias por semana. Portanto, eles violavam o mandamento do sabá ao buscarem seus próprios interesses, que consistiam em fazer negócios no sabá em vez de fazer o que era agradável a Deus. De acordo com essa visão, o texto nada diz, direta ou indiretamente, acerca da recreação no dia do sabá.
Há uma antiga história, talvez apócrifa, de que quando John Knox veio a Genebra visitar João Calvino em sua casa, no sabá, ele teria se espantado ao encontrar Calvino participando de um jogo de bocha. Se for verdadeiro, o evento pode indicar que o teólogo mais devotado à guarda do sabá na história, Calvino, não considerava a recreação uma quebra do Dia do Senhor, mas uma parte do descanso ou da recreação que deve ser parte desse dia. A recreação nunca seria aceitável para Calvino se interrompesse ou suplantasse o tempo dedicado ao culto no sabá.
Um outro ponto de debate permanece entre os dois lados dessa polêmica. Ele diz respeito às obras de misericórdia realizadas no sabá. O exemplo de Jesus é citado para afirmar que, no sabá, ele se envolvia não apenas em culto e descanso, mas também em obras de misericórdia. Tais obras o puseram em conflito com os fariseus acerca da questão da guarda do sabá. Alguns têm chegado à conclusão de que, uma vez que Jesus realizou obras de misericórdia no sabá, o cristão está obrigado a fazer o mesmo. Contudo, o fato de que Jesus fez obras de misericórdia no sabá, embora claramente revele que é lícito fazê-lo, não nos obriga a fazer tais obras no sabá. Em outras palavras, o exemplo de Jesus nos ensina que nós podemos fazer obras de misericórdia no sabá, mas não que nós devemos fazer tais obras no sabá.
Todas essas questões continuam a ser examinadas e debatidas à medida que a igreja busca compreender como Deus é mais honrado nesse dia.

Notas:
[1] N.E.: Sabá é a transliteração em português do termo em hebraico. Alguns textos usam sábado ou sabbath (transliteração em inglês). Optamos por sabá por ser um termo em português e distinto do dia da semana. Contudo, não se deve confundir com a rainha de Sabá de 1 Reis 10:4.

R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da igreja St. Andrews Chapel, na Flórida. É fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências, autor de mais de sessenta livros, vários deles publicados em português, e editor geral da Reformation Study Bible.

O Evangelho no Trabalho


O texto a seguir é um trecho do livro “O Evangelho no Trabalho”, de Greg Gilbert e Sebastian Traeger, futuro lançamento da Editora Fiel:
Desde o princípio, a intenção de Deus era que os seres humanos trabalhassem. O trabalho não é uma consequência do pecado — embora nós experimentemos dias terríveis que nos tentam a pensar que ele é! A partir do momento que Deus criou Adão e Eva, ele lhes deu trabalho para fazer. Ele fez um jardim e lhes disse: “Trabalhem e tomem conta disso” (Gênesis 2.15). O trabalho que Adão e Eva deveriam fazer era perfeitamente prazeroso, um trabalho perfeitamente gratificante. Não havia qualquer fadiga entediante, nenhuma competição impiedosa, nenhum senso de futilidade. Eles faziam tudo como um serviço para o próprio Senhor, em um relacionamento perfeito com ele. O trabalho deles era só uma questão de colher as superabundantes bênçãos de Deus para eles!
O pecado de Adão e Eva, obviamente, mudou isso. Quando eles desobedeceram ao mandamento de Deus e se rebelaram contra ele, o trabalho deixou de ser simplesmente uma colheita da abundância de Deus. O pecado de Adão e a maldição de Deus contra o pecado afetou até o próprio solo. O trabalho se tornou doloroso e necessário para a própria sobrevivência de Adão e Eva. O lugar onde antes a terra produzia vigorosamente seus frutos — quase como se estivesse segurando-os com mãos zelosas e implorando para que Adão e Eva os colhessem — agora se tornara mesquinho. A terra reteve suas riquezas, e os humanos foram forçados a trabalhar de forma dura e penosa para obtê-las. A vida no oriente do Éden era completamente diferente da vida dentro dele.
Compreender essa parte da história bíblica e o lugar do trabalho nela é, na verdade, crucial para nós como cristãos, pois ela ajuda a explicar porque o nosso trabalho sempre será, em um grau ou em outro, marcado pela frustração. O trabalho é difícil porque nós e o mundo ao nosso redor temos sido afetados pelo nosso afastamento de Deus. Por causa disso, não deveríamos nos surpreender com o fato de o trabalho ser às vezes difícil e doloroso. O trabalho tem a tendência de nos desgastar e esgotar. Ele pode ser uma fonte de grande frustração em nossa vida. Por outro lado, não deveríamos nos surpreender com o fato de que quando realmente apreciamos o nosso trabalho, há um perigo sempre presente de que o nosso trabalho nos consuma completamente — a ponto de nosso coração ser definido pelos interesses do trabalho e sermos reduzidos a meros trabalhadores.
O trabalho é necessário, o trabalho é difícil e até mesmo perigoso. Apesar de tudo isso, ainda assim está claro que Deus se preocupa profundamente com o que pensamos acerca de nosso trabalho e com a forma como nos relacionamos com ele. O que fazemos e o modo como o fazemos não estão fora do interesse de Deus. Quando Jesus morreu na cruz e ressuscitou dentre os mortos para redimir um povo para si mesmo, ele também se comprometeu a conformá-lo exatamente a ele, cada vez mais, pelo poder do Espírito Santo. A Bíblia nos diz que ele faz isso por meio de todas as circunstâncias de nossa vida — incluindo o nosso trabalho. O nosso trabalho é um dos principais meios que Deus pretende usar para nos tornar mais semelhantes a Jesus. Ele usa o nosso trabalho para nos santificar, desenvolver nosso caráter cristão e nos ensinar a amá-lo mais e a servi-lo melhor, até que nos unamos a ele no dia final, no descanso de nossos trabalhos.
Na verdade, o Novo Testamento considera bem importante a forma como devemos pensar a respeito do nosso trabalho. As seguintes passagens das Escrituras são cruciais, se quisermos ter uma compreensão bíblica sobre o nosso trabalho e o propósito dele no plano de Deus na redenção.
Em Efésios 6.5, 7, o apóstolo Paulo nos diz para realizar o trabalho “na sinceridade do vosso coração, como a Cristo… servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens”. Em Colossenses 3.22-24, ele nos diz que devemos fazê-lo “em singeleza de coração, temendo ao Senhor”. “Tudo quanto fizerdes” — Paulo continua escrevendo — “fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens… A Cristo, o Senhor, é que estais servindo”.
Que declarações maravilhosas são essas! Olhe mais de perto para o que a Bíblia diz acerca de seu trabalho: Tudo quanto você fizer, você deve fazê-lo “comoao Senhor e não como a homens”. Você deve trabalhar “de todo o coração,como para o Senhor e não para homens”. Você percebe a incrível importância dessas expressões? O trabalho não é apenas uma forma de passar o tempo e ganhar dinheiro. O seu trabalho é na verdade um serviço que você presta ao próprio Senhor!
Você pensa dessa maneira em relação ao seu emprego? Você percebe que não importa qual seja a sua profissão; não importa o que quer que seja que você faça nela; não importa quem seja o seu chefe ou o chefe do seu chefe; o que você faz em sua profissão é feito, na verdade, como um serviço para o Rei Jesus! Ele é quem o colocou lá neste momento de sua vida, e é para ele que você trabalha basicamente.

sábado, 10 de janeiro de 2015

O VERBO se fez CARNE !

O maior homem de todos se especializou em toda boa obra de madeira durante quase toda sua vida, para depois morrer na obra mais terrível já criada para morte , a cruz, eternizando assim sua perfeita obra de redenção ! Onde o cupim não á destrói! De carpinteiro á Reis dos reis, Senhor dos senhores e Mestre dos mestres , seu nome é Emanuel Deus conosco!

Jonathas B. castro

Yeshua "Deus salva"

17 Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do Senhor.
18 O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou à morte.
19 Abri-me as portas da justiça: entrarei por elas, e louvarei ao Senhor.
20 Esta é a porta do Senhor, pela qual os justos entrarão.
21 Louvar-te-ei, porque me escutas-te, e me salvaste.
Salmos 118